Altas da Desigualdade Social avaliou índices de todas as cidades do país.
Dos sete indicadores que compõem a essência do Altas de Exclusão Social — um panorama nacional da desigualdade social no país —, Santa Catarina está presente entre as melhores posições nos rankings. Essa situação privilegiada coloca o Estado entre as regiões mais igualitárias do país. De acordo com o levantamento, SC tem 59% de suas cidades em uma situação positiva. Focando-se na Grande Florianópolis, destaca-se São José, que ocupa a 15ª posição — sendo a maior das cidades posicionadas.
Apesar dos bons resultados, a prefeita tem consciência das dificuldades de manter a cidade no topo do ranking das cidades mais igualitárias.
— O maior desafio é saber como continuar crescendo. Como estamos na área metropolitana, muitas vezes acabamos absorvendo muitos problemas, mas a cidade merece esse destaque positivo. Estamos começando a fazer o Plano Diretor, para estarmos preparados para o crescimento. Em breve será feira a licitação do transporte coletivo pela primeira vez na cidade. Também queremos melhorar a segurança com ações paralelas, criando parques de lazer e esportivos, ações que já estão em andamento _ enumerou Adeliana.
Desafio de alfabetizar
Professores como Onésia Ana Botameli, 63 anos, fazem a diferença na alfabetização em São José e contribuem para o destaque educacional positivo do munícipio. Há 23 anos na rede municipal, ela se especializou em alfabetização, e hoje se dedica a ensinar crianças e adolescentes do Projeto Termos de Aprendizagem (TAS) com distorção de idade-série na Escola Municipal Jardim Solemar. Com brilho nos olhos, ela fala da paixão de ensinar e a felicidade de ver os resultados.
— É um desafio grande, mas em dois anos queremos terminar com a distorção. É um trabalho de formiguinha, de sentar do lado e ajudar na dificuldade do aluno, mas ver os esforço e o aprendizado deles é gratificante. Esse projeto tem a dinâmica com uma sala de aula diferenciada, com um olhar especial para as dificuldades de cada um, além do trabalho ser interdisciplinar, com mais de um professor em sala de aula — explicou Onésia.
Sobre o estudo
— O Atlas considera indicadores de pobreza, emprego, desigualdade, escolaridade, juventude e violência, baseados em dados do Censo Demográfico do IBGE de 2010, lançado essa semana em Brasília. l Um dos autores responsáveis pelo estudo, Ricardo Amorim, cita que o histórico de ocupação de SC com níveis sociais mais iguais, deu a oportunidade para a construção de cidades mais igualitárias.
— A presença das cidades menores classificadas entre as melhores no ranking nacional é explicada por Amorim, pelo fato de que, diferente das grandes metrópoles, elas não sofrem com o fluxo de migração de pessoas gerando o crescimento desordenado e o surgimento de favelas. Nas cidades menores, as pessoas têm oportunidades mais semelhantes, explica o autor.
— Em 2000, das 100 cidades menos desiguais do Brasil, 14 delas eram de SC. Em 2010, o número subiu para 19.